O gosto pela cozinha surgiu cedo, sendo a
principal impulsionadora a Avó Bia. Foi ela quem me deu as minhas primeiras
loiças de barro, em miniatura, e era ela que sempre que cozinhava me chamava
para junto de si e me ia dando alguns ingredientes para eu misturar, e outros
tantos ia eu própria busca-los. Um pedaço de batata, uma rodela de cenoura, uma
ervinha do quintal, uma flor do vaso que estava mesmo ali na porta e à mão de
semear. Preparados os “alimentos” era chagada a hora de os colocar no forno. E
ao lado da travessa dela la ia a minha com aquela mistura estranha mas que me
deixava tão orgulhosa, porque afinal já sabia cozinhar como a Avó Bia (não, ninguém
comia aquilo).
Do alto dos meus 5 anos não sabia cozinhar, de todo (nem nos
anos seguintes, diga-se). Mas sei que foram esses momentos ternurentos que
passei na cozinha com a Avó Bia que me inspiraram ao longo dos anos, e sei que
estão perpetuados na minha memória para o resto da minha vida. Sei também que
ela hoje estaria muito orgulhosa de mim, por ver que afinal as “misturas
estranhas” resultaram. Pois foi graças a essas “misturas estranhas” que me
transformei num cozinheira (quase) tão boa como ela. Pois foi ela, a Avó Bia,
que despertou em mim o enorme gosto pela cozinha.
Outras inspirações foram aparecendo, algumas não mais fizeram
do que despertar esta paixão pela cozinha, que alturas houve, em que esteve um
tanto ou quanto adormecida. Mas tenho conseguido mante-la acordada nestes
últimos anos e sei que dificilmente voltará a adormecer.
Para mim existem dois aspetos fundamentais quando se
cozinha: alma e amor. Até com os mais simples ingredientes podemos
obter pratos fabulosos, desde que sejam feitos com alma e o tempero principal seja o amor.
Um prato, seja ele qual for, tem que ter alma e, tem sobretudo que ser
cozinhado com amor.
Porque afinal cozinhar é um modo de amar os outros 💗
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